quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

segunda-feira, 7 de abril de 2008

quinta-feira, 3 de abril de 2008

terça-feira, 1 de abril de 2008

segunda-feira, 31 de março de 2008

Um ponto de interrogação...

...e ela se perguntou:

O que é inventar, senão juntar um punhado de elementos pré-existentes no universo
e combiná-los transformando-os em uma "nova" criação?

...e ela continua pensando que o mundo é dos espertos, ou melhor, inteligentes.
Portanto o canal é a referência.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

De lua a sol

Pela primeira vez o mar de concreto elétrico se apagou. Da janela só se via um vasto campo de cinzas e uma tímida lua bronzeada.
Nos anos em que passou ali, ele nunca se deu conta de que estava só. Faltava-lhe valor, amor e caráter. Estava abandonado em meio a uma multidão de pessoas sem rosto.
Sempre sonhou em ser pop. Chegou até a acreditar nisso, mas, naquele exato momento percebeu que para chegar a tal ponto faltava-lhe muito. Precisava passar de lua a sol.
Lembrou-se de um litro de uísque guardado há tempos no armário da sala para uma nobre ocasião que nunca veio. Achou que aquele seria, talvez, o momento certo. Nunca tinha certeza das suas escolhas e o talvez, para ele, sempre foi uma palavra de ordem. Encheu o copo com mais duas pedras de gelo.
No primeiro gole, lágrimas de álcool fizeram-no lembrar de algo que há muito tempo se escondia em um canto do seu inconsciente.
O telefone ainda dava linha, mas os números insistiam em fugir da sua cabeça. Tentou uma, duas e na terceira finalmente chamou.
Uma voz rouca atendeu do outro lado:
- Alô?
Mas foi em vão, lhe faltou coragem. Algo lhe dizia que era hora de fazer aquilo, mas, sua covardia funcionava como freio, impedindo-o de abandonar a sua velha ficção.
Saiu para arejar a cabeça, mas as gotas de remorso não deixaram que ele chegasse até a esquina.
Voltou correndo e agarrou o telefone, não teve tempo de pensar. A mesma voz rouca repetiu:
- Alô?
- Olá, estou te ligando, pois, preciso ter ver, tenho algo muito importante a lhe falar.
- Quem está falando?
- Sou eu, Fernando.
- Como tem coragem? Depois de tudo...
- Eu sei, preciso te ver...
- Me encontre no Caffé, daqui uma hora.
E desligou.
Sentou-se no sofá, escolheu um disco e ligou o som. Fazia muito tempo que tinha se esquecido dos prazeres das ondas sonoras entrando pelo seu corpo e da linda voz rouca de Mariana.

“…Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command…”

Finalmente a música que costumavam ouvir juntos martelou em sua cabeça. Como pode fazer aquilo? Achava que ela nunca descobriria, mas se esqueceu de que ela sempre foi mais esperta.
Vivia tachando-a de louca, mas, no fundo, sabia que sua loucura era uma espécie de sexto sentido, que enxerga tudo, que prevê tudo. E é óbvio que daquela vez não poderia ser diferente.
Meu Deus se pudesse voltar no tempo, nunca teria tido dúvida, nunca colocaria em prova o seu amor.
A outra, mais tarde descobriu ser prostituta, botando no chão todos os seus argumentos de defesa.

“…Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command…”

Piscou, quando olhou no relógio haviam se passado 45 minutos. Correu para o café e no caminho roubou-lhe flores. Ela sempre gostou disso.
De tão eufórico tropeçou na porta e cuidou para que ninguém percebesse. Logo avistou os longos cabelos ruivos, sentados ao lado do balcão, com uma cigarrilha na mão.
- Mariana...
Ela sorriu, continuava linda e até parecia alguns anos mais jovem.
- Quanto tempo não te vejo, desde que...
Lentamente ele passou a mão em sua maçã direita e lhe entregou as flores. Fitou-a nos olhos como nunca tinha feito e aproximou-se de sua boca. Ela também se aproximou sem hesitação e se beijaram. Um beijo que durou uma eternidade.
Pegou-a pela mão, levou-a para casa e percebeu que o silêncio podia virar música.
Naquela noite finalmente ele se transformou em sol e, a partir dali, nunca mais parou de brilhar.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Homenagem ao Rei

"Cansei de ser escrava das suas vontades
Agora decidi não te querer mais mesmo te querendo
Seus charmes só me trazem asco, disfarces
Sua boca não é mais a mesma meu bem

Te conheci de um outro jeito
Mas esse teu outro jeito
Já se foi há tempos

Você me disse um dia nunca vou te magoar
Mas minha mágoa é grande
E eu não posso nem lembrar
Você me perdeu
Não tive chance de te avisar"